Projeto:

Inventando pessoas: racialização, necropolítica e resistências

Doutorados Sanduíche :

Doutorado Sanduíche | Camila de Almeida Lara

Doutorado Sanduíche de Camila de Almeida Lara, orientada pelo Prof. Dr. Atilio Butturi Junior, do PPGL-UFSC e supervisionada, na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, pelo Prof. Dr. José Luís da Câmara Leme – colaborador do projeto Inventando Pessoas, deste Portal.

 

O estágio sanduíche realizou-se com bolsa CAPES-PRINT e foi realizado entre novembro de 2019 e março de 2020. Durante o período, além de pesquisa bibliográfica e de orientações com o supervisor português, foi realizada pesquisa documental em Lisboa e uma série de entrevistas com mulheres soropositivas e participantes dos movimentos de enfrentamento do hiv em Portugal.

 

Resumo: Este projeto de tese articula-se à analítica foucaultiana do biopoder e da biopolítica e à pesquisa de cunho etnográfico e objetiva traçar uma análise, a partir das discussões de biopolítica e biopoder, dos discursos de e sobre as mulheres que vivem com hiv em Florianópolis. Para tanto, faz-se necessário problematizar as políticas públicas de saúde, tanto nacionais quanto municipais, que se referem à mulher, questionando-as enquanto práticas concretas de governo que produzem discursos de normatização dos comportamentos e da produção de modos de objetivação e subjetivação específicos. Fundamentalmente, o projeto tem como objetivo apresentar uma análise parcial das narrativas de mulheres que vivem com hiv atendidas pelo GAPA para investigar as formas de subjetivação engendradas pelo(s) regime(s) de verdade que determina(m) a ontologia política da mulher que vive com hiv por uma rede de mecanismos de normalização. Assume-se a perspectiva de que os processos de objetivação/subjetivação são, a um só tempo, produtos e constitutivos de relações de poder/saber. Assim, o acontecimento do hiv e da aids no Brasil é entendido em sua ambiguidade – ao mesmo tempo que objetifica sujeitos, também produz subjetividades e atenta-se para formas de invenção e reinvenção de sujeitos que podem insurgir quando a própria vida está em jogo, deixando espaços para pensar quais práticas de liberdade que podem se estabelecer no interior de uma biopolítica menor.

Doutoranda: Camila de Almeida Lara LATTES
Orientador: Atilio Butturi Junior LATTES
Supervisor estrangeiro: José Luís Câmara Leme LATTES
Idioma: Português / Inglês
Data: nov.-2019/ abr. 2020
Direitos autorais: Creative Commons
Palavras-chave: Biopolítica, hiv, mulher

Materiais pedagógico:

Coordenação: Atilio Butturi Junior (Coordenador) - UFSC LATTES ORCID
Equipe: José Luís da Câmara Leme (Coordenador Internacional) - Universidade Nova de Lisboa LATTES
Davide Scarso (Coordenador Internacional) - Universidade Nova de Lisboa LATTES
Denise Bernuzzi de Sant'Anna (Pesquisadora) - PUC-SP LATTES
Idioma: Português / Inglês
Insituição: Universidade Nova de Lisboa PARCERIA

Resumo:

O Projeto de Pesquisa reúne pesquisadores da Universidade de Santa Catarina , da Universidade Nova da Lisboa e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e pretende refletir acerca das estratégias discursivas e práticas pelas quais inventam-se pessoas. Ancoradas nas discussões que Ian Hacking propõe da ontologia critica de Michel Foucault e tendo em vista as aproximações entre a biopolítica e os modos pelos quais é possível invertar modalidades de sujeitos e classificá-las diferencialmente – dir-se-ia, criando cesuras e exceção –, pretende-se levar a cabo invetstigações transdisciplinares cujo esforço é atentar para a produção de corpos e sujeitos precários, segundo enunciados racializantes e, no limite, de morte. Ao par racialização-necropolítica, ainda, as pesquisas objetivam relacionar as formas de resistência que têm lugar no interior dos dispositivos e que neles traçam formas agonísticas de assunção e de tensionamento.


Direitos autorais:

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